Dez anos atrás, seria impensável uma marca mudar seu logo constantemente. Havia nas organizações um setor de brand identity super rígido, que funcionava como guardião do logo.
Tudo que se fazia com a marca precisava ser aprovado por essa área, que analisava se as dimensões estavam certas, se o pantone estava perfeito etc. A marca tinha de ser totalmente protegida e controlada. O logo era, então, considerado a pele da marca e “arranhá-lo” era criar uma cicatriz na marca.
Hoje, estamos vendo grandes empresas experimentando orientações diferentes. O post acima, por exemplo, fala da aposta da Aol em logos com fundos variados. Será que chegará o dia em que será comum vermos marcas convidando seus consumidores e fãs a manusearem, co-recriarem seus logos?
Nessa área, o Google tornou-se referência com os Doodles, aquelas pequenas mudanças em seu logo em datas comemorativas. A sacada por trás da iniciativa é promover micro-interações com os consumidores, dando motivo para que eles falem do buscador.
Curiosamente, a tese de doutorado que estou finalizando tem elementos que ajudam a enriquecer essa discussão. O rigor em relação ao logo pode ser relacionado com a época do modernismo, quando o que se buscava era fazer História, essa, com H maiúsculo. O pensamento era linear, crescente, um fato contribuía para o outro e, assim, a história da marca ia se desenvolvendo.
Em relação ao pós-modernismo, se diz que essa História foi substituída por pequenas estórias, pequenas interações que se entrelaçam e constroem movimentos não necessariamente lineares, mas que fazem sentido juntos, como uma colagem.
Fonte: BlogGlobo
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