Ontem finalmente visitei a bienal de design em São Paulo no Centro Cultural. Digo finalmente porque foi o último dia, porque sou designer e precisava ver pessoalmente como andam as coisas na minha profissão. Eu já tinha comprado o book e sabia o que encontraria por lá, mas analisar um trabalho ao vivo é sempre melhor, então lá fui eu.
Depois do almoço dominical com a minha esposa e minha filha pegamos o carro e nos encaminhamos para o local, chegando no Centro Cultural um flanelinha todo prestativo apareceu, perguntou se poderia "olhar" o automóvel, o que vocês acham que eu respondi? Se você diz não terá uma desagradável surpresa quando chegar, e eu não queria mais uma naquele dia.
Eu nunca tinha deixado para o último dia uma visita tão importante como essa, mas neste ano depois de ver os trabalhos no livro perdi um pouco a vontade, desta vez poucos projetos me saltaram aos olhos, a grande maioria são medianos, o design de hoje não busca a beleza, não busca a proporção nas formas, é um caos total que não dá para engolir. http://pulsardesign.blogspot.com/2009/04/beleza-absoluta-e-beleza-relativa.html
A parte que mais me agradou na exposição foi a das embalagens, porque quando colocamos elas nos supermercados e falamos com as famílias temos que nos comportar e não podemos fazer trabalhos que as vezes parecem mais um pano sujo.
Tente fazer um design caótico para uma lata de leite e veja se alguma mãe vai comprar, o design serve para nos alegrar, para nos dar confiança e não para nos agredir, para isso já chega o flanelinha lá fora.
Outra coisa, dividiram a exposição em duas partes, um pedaço do lado esquerdo outro do lado direito e um vão enorme no meio, ficou ruim e perdeu fluidez, é realmente a coisa estava feia, fiquei lembrando das outras exposições no Memorial da América Latina, onde um espaço reservado dava a importância que uma bienal de design deve ter.
Tinham lá também três computadores em manutenção eles me ajudavam a empurrar para baixo o que sentia ali.
Perguntei a minha esposa o que estava achando, ela fez uma expressão de (mais ou menos), minha filha ao contrário estava gostando bastante, corria pelos corredores e insistia em mexer nos computadores em manutenção, por fim serviram para alguma coisa, foi para mim o momento mais divertido da visita.
Na volta dois flanelinhas me rodearam cantando uma canção desconhecida, na verdade me intimidavam, mas entramos no carro e com a Graça de Deus não nos fizeram nada e fomos embora.
Levei a conversa em tom de brincadeira, mas na verdade fiquei triste em ver que a maioria dos designers não buscam a proporção nos trabalhos que fazem chegando por vezes a irracionalidade. É uma pena essa negação.
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