sexta-feira, 19 de março de 2010

'Estar' no mercado ou 'ser' do mercado? O diferencial do comunicador

Para iniciar minha coluna quinzenal aqui no Nós da Comunicação, vou tratar de um tema talvez óbvio mas que deixa de ser considerado por muitos profissionais, em especial os que estão desempregados. Sinceramente, considero que a internet retirou da Comunicação Social aquela condição de “estar fora do mercado”, por conta das infinitas possibilidades que suas ferramentas trazem ao profissional para expor seu trabalho.

Sabe aquele “quando eu tiver uma oportunidade profissional, vou mostrar meu potencial”? Ficou para trás. Ele precisa ser mostrado aqui e agora. E isso também quebrou um grande paradigma para os recrutadores, que vão precisar entender como avaliar previamente a capacidade de um profissional por meio do que ele desenvolve na internet. Em tempos de comunicação colaborativa, o “bom currículo”, a “experiência no exterior”, a “melhor faculdade” e os “trilhões de anos na empresa tal” não são mais os grandes diferenciais.

Tenho presenciado casos e mais casos de amigos profissionais de comunicação que ganharam controle total sobre suas carreiras. Alguns deixaram seus empregos para abraçar o empreendedorismo ou para visualizar novas oportunidades com maior liberdade. Outros, por conta das mudanças do mercado foram desligados, mas recolocados de forma praticamente automática. O que eles têm em comum? São produtores de conteúdo na internet, sempre indicam um artigo interessante pelo Twitter, estão presentes nos eventos, discutem, opinam, fazem a roda da comunicação girar. Eles pertencem ao mercado, fazem parte dele. Não é porque uma empresa resolve não contar mais com seus trabalhos ou você mesmo decide aguardar sem vínculos por uma nova oportunidade, que você estará “de fora”.
Sim, o mercado está bastante saturado e não há espaço para aventuras. Mas eu não falo em aventuras. Tudo é muito natural. O que acontece é que as boas oportunidades sempre serão direcionadas aos que demonstrarem maior paixão por aquilo que fazem. E dentro desta paixão cabe desde a sua iniciativa em expor na internet da melhor forma aquilo que faz de melhor, até sua decisão por cancelar aquele “mochilão” europeu e investir em sua formação profissional.

Outra questão é que nem sempre as oportunidades que o mercado nos apresenta trazem consigo a chance de atuarmos numa área específica de nossa preferência. Mas usando as redes sociais você pode discutir o tema num fórum, seguir uma referência dessa área no Twitter, comentar posts em blogs especializados entre outras opções. Certamente, com o tempo, sua visão será considerada, e oportunamente pode aparecer uma chance, mesmo sem vivência, para que você atue nessa área. Suas ideias, mesmo sem fundamento prático, podem ser mais importantes que a comprovada experiência de outro profissional, em especial aquele que não a compartilha com a comunidade.

Portanto, você, que visualiza por uma oportunidade profissional, faça muito mais do que atualizar seu currículo e ficar de olho em vagas. Utilize tudo o que a internet tem de melhor para compartilhar suas ideias, aprender mais – sempre tomando cuidado com os gurus e oportunistas – e aproximar relações com aqueles que você considera relevantes na sua área.

Ainda que apertado, o mercado abre espaço a todos que queiram pertencer a ele, acredite. Já não posso dizer o mesmo aos que simplesmente “estão” no mercado, sem compartilhar suas experiências, especialmente os que se escondem por trás de seus crachás. E é este o tema da próxima coluna, pois não há mais lugar para o famoso “sou o fulano da empresa tal”, como se fosse o seu sobrenome. O mercado está em constante mudança, e para você deixar de ser “da empresa tal” não custa mais nada. Nem sua competência. Um abraço.

Por:Leonardo Bragança do Nós da Comunicação

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